segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Eu no politeama






No passado 25 de Agosto fui até Lisboa ao teatro politeama assistir ao musical "Eu saio na proxima e você?" do grande Filipe La Féria. 3 espetáculo que eu assisto com atores de topo.
  O músical foi interpretado por João Baião e Marina Mota, Contava a história de um homem e de uma mulher que se conheceram no metro de Lisboa nos anos 70. Começam a conversar e decidem voltar a encontrar-se  e após um mês de contator casam-se. Mas o matrimónio está condenado ao fracasso. Ambos se dirigem ao público apresentando as suas razões do falhanço da relação evocando recordações, personagens do passado e experiências que os marcaram e que influenciaram comportamentos posteriores.

Foi mágnifico espetaculo, adorei e ainda tive o previlégio de tirar uma foto com o magnifico Filipe La Féria acompanhado pela minha irmã.


quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Monologo e solilóquio

    A expressão ‘monólogo’ vem do grego monos, no sentido de ‘um’, somado a logos, que tem a conotação de palavra ou idéia, contrapondo-se assim a dia, que significa ‘dois’ ou ‘através de’, mais logos, ou seja, ao termo ‘diálogo’.
Este termo é muito utilizado nos estudos de oratória e no âmbito teatral, constituindo uma fala extensa ou uma atividade discursiva expressa por um único indivíduo ou por aquele que enuncia o discurso. O monólogo tem como principal característica se passar dentro da mente do personagem, como se ele se reportasse apenas a si mesmo.
Desta forma, direcionando-se ao seu próprio eu ou à platéia, ele realiza uma catarse emocional, exteriorizando seus pensamentos e sentimentos, sem para isso ser necessário se voltar para um ser definido.
Segundo alguns pesquisadores, o monólogo ainda assim é uma forma de diálogo, pois o protagonista, em sua fala, pressupõe um outro, seja ele mesmo, quando então ele se dissocia em duas personas, o eu e o interlocutor, ou o público a quem ele se dirige.
Há no monólogo um foco na vida interior do personagem, pois este revolve Resultado de imagem para monologueno palco seus pensamentos mais íntimos, ele se desnuda psicologicamente diante da platéia, e muitas vezes transmite a sensação de ser pessoas diferentes. Isto porque as questões existenciais desdobradas através do monólogo são universais, não inerentes a uma única pessoa.
Este tipo de discurso está presente igualmente nos desenhos animados, no cinema, na poesia escrita na forma de pensamentos ou falas de um individuo, nas óperas – sob a forma de árias ou trechos cantados -, nos romances do século XX, ou em programas de entretenimento.
Segundo o Dicionário de Teatro de Patrice Pavis, o monólogo pode ser:
  • Técnico – São transmitidas ideias passadas ao público.
  • Lírico – O discurso da personagem se assemelha a uma confidência carregada de emoção.
  • de Reflexão ou Decisão – Diante de uma decisão, o personagem reflete e discute com ele mesmo o que fazer, que decisão tomar.
É frequente encontrarmos apenas a classificação para dois tipos de monólogosteatrais: o monólogo exterior e o monólogo interior. O Monólogo Exterior ocorre quando o personagem se dirige a um indivíduo ausente do palco ou para o público presente no teatro. O Monólogo Interior se desenrola quando o protagonista se reporta a si mesmo. Este último gênero é mais interiorizado e se tornou popular como solilóquio.

Solilóquio

Resultado de imagem para monologuesolilóquio é uma técnica frequentemente usada nos palcos teatrais ou nos romances. Termo de procedência latina, ele tem o sentido de ‘falar sozinho’. Enquanto no monólogo o personagem se dirige ao espectador ou ao leitor, nesta arte o enunciador dialoga consigo mesmo ou com sua alma, com a diferença de que não resume seus pensamentos ao plano de sua consciência, como no monólogo interior, mas os enuncia em voz alta diante de outrem, embora ignore sua presença.
No monólogo interior as expressões orais estão restritas ao nível subconsciente, portanto elas são emitidas irracionalmente, sem lógica alguma; os sentimentos jorram desprovidos de qualquer coerência. Contrário a este recurso, o solilóquio é organizado segundo padrões lógicos e com nexos racionais, mesmo que os pensamentos procedam de uma fonte psíquica e não do plano da razão.
Monólogos e solilóquios têm em comum o fato dos pensamentos e emoções partirem de um único ser, ou seja, a fala se resume somente a ele, portanto não há interlocutores que dialogam, mas sim uma criatura que derrama no palco ou nas páginas de um romance suas ideias e sentimentos.
Não há mediações entre o escritor/ intérprete e o leitor/ público. Há uma interação direta entre eles, quando a consciência de um se abre diante do outro, permitindo que os ouvintes ou leitores tenham acesso completo ao que lhe passa na alma. O narrador, sempre na primeira pessoa, direciona seu discurso ao outro como se estivesse conversando com alguém que o tempo todo permanecesse em silêncio, embora nesta técnica seja permitido transmitir tudo que a mente elabora.
Neste recurso dramático e literário o personagem verbaliza, portanto, na primeira pessoa, o fluxo que emana de sua consciência. Literariamente este termo foi consagrado por Santo Agostinho na sua obra ‘Líber Soliloquium’, na qual o filósofo procura insistentemente por um meio de comprovar a existência do Criador, através de ideias e raciocínios de alta erudição.
Esta técnica é muito utilizada no teatro, em animações, filmes, na poesia, na ficção, e em óperas, sempre que uma ária desempenha o mesmo papel que um monólogo ou um solilóquio nos palcos. No século XX estes recursos tornam-se frequentes nas obras literárias.
O solilóquio também era comum nos séculos XVI e XVII, especialmente nas produções de Shakespeare, como no famoso trecho de Hamlet – “To be or not to be” -, e de Gil Vicente, particularmente em sua Farsa de Inês Pereira, que justamente inicia com o uso deste recurso pela protagonista.
Na literatura atual, pode-se citar o clássico exemplo da autora Clarice Lispector, em seu livro O Coração Selvagem. Em seu solilóquio observam-se a clareza, a lógica, o nexo entre as partes e até mesmo a possibilidade de traduzir a descrição de uma paisagem.